Quem sou eu?

Minha foto
Ana Paula Mendes de Oliveira: Ana. Existe outra além dessa carapaça que vos fala e isso que enxergas! obs: sem compromisso com a gramática

Arquivo do blog

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Minha manhã é tarde

Ai!

Meu coração pulsa
feito um soco de dentro
Para  fora

A fome arranha o buxo
Me lembra  que  ainda
Estou aqui
Me matando
Em cima dessa  cama
E grita: acorda!

Meus olhos tardios
Lagrimejam remelas
Enquanto essa boca amarga
Boceja poemas

O cu pisca
Sinaliza outro poema matinal

Esqueço de lavar as  mãos
E os coliformes fecais
Temperam meu pão

A fome continua a reclamar
Ausências;

A  preguiça me faz perder
outros poemas;

A pressa me faz garrancho;

A boca chupa  o nada
Simulando o estralo
De quem sorve o tesão

Meus dedos molhados
masturbam palavras
Que são mais vívidas
Que  eu

Quando a  rima  rouba
O que eu dizia
Para ser apenas  bonito
Paro de escrever
Para não ser versos vazios:
Dê sentidos!

Boa tarde!


Ana Mendes

2 comentários:

  1. "Esqueço de lavar as mãos
    E os coliformes fecais
    Temperam meu pão", exato, não há assepsia quando negamos a natureza da normalização, há a realidade quando estamos à beira do nosso ancestral forte que não tinha acesso à extirpação do ser "sujo" sem assépcia não natural, nem ao menos tempeiro. Temos pouco gosto nosso de animal, temos muito de outros gostos químicos e tóxicos, um simples coliforme fecal é mais bem vindo do que os tóxicos, fluor (des)congnitivos controladores e formol do alimento que não nos significa a dor da digestão. (tuas poesias me dão dor no centro do estômago. Desculpe se escrevo nada com nada...o nada é agora a dor de dormir condizido lentamente.

    ResponderExcluir