tua mãe me diz para ir com deus e eu não sei o que fazer com essas e estas palavras me fazem chorar mais prefiro interpretar que foi seu intento de abraço e continuo meu contínuo ir embora de volta à gordurosa dormência da nossa rotina trabalhista quem está sob o concreto sabe o quanto dói sustentar a alma dependurada nos olhos e nos ônibus pelos braços e alguém morre atravessando por entre carros sou a merda de um liquidificador ligado e aberto um melodrama esperneio de tacar pedaços e uma das minhas pernas ficou na tua casa algo se desprendeu dentro coração tresloucado machuco porque você ainda me dói acredite se eu não demorar mais meus olhos ante aos teus é porquê quero que não mais exista aqui pois este é o meu talento reduzir as coisas a nada
Ana Mendes
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